Reconhecidamente, a Internet é, cada vez mais, um espaço de administração das relações cotidianas, sejam estas humanas ou corporativas. Não só o espaço da web engendra uma plataforma que possibilita a distribuição de informação de forma plena e democrática, como erradica aquela hegemonia discursiva das grandes corporações.
Os blogs, nesse contexto, se apresentam como ferramentas capazes de circundar características individuais e identificar a voz de um sujeito específico, dentro de uma cadeia de vozes que pretendem um diálogo de igual para igual.
Um maior ou menor grau de exposição, reconhecimento, ou retorno que um blog recebe, está sujeito, tão somente à sua competência em fazer-se divulgado pelo próprio meio em que se insere. Ou seja, de uma tal forma, os blogs dependem de uma intercomunicação para serem reconhecidos, sendo seu meio de divulgação, o próprio meio no qual se suportam. Mais que isso, os blogs vem adequando informações e propagandas sobre outras plataformas, textos e produtos, de tal modo que propagam a imagem de objetos externos ao meio da web, seja lá qual forem suas naturezas, num contato equivalente e imediato com interessados.
Diferentemente de sites, os blogs são mais democráticos, como é possível notar pela leitura do texto “Blogando você, seu produto...”, do livro “Blog”, de Hugh Hewitt. No texto, há clara referencia ao fato de que sites são instituídos a partir de uma interface que sugere um turbilhão de informação a ser acessado, mas sem que qualquer contato direto, com um sujeito concreto e palpável pela retórica pessoal, seja possível.
Sites, dessa maneira, podem ser comparados com a figura de corporações atrasadas, que se mantém no limiar de uma, já quase extinta, forma de comunicação, ao recorrer à uma voz invisível e abstrata. As grandes empresas, que vem percebendo isso, começam a seguir a nova tendência de contato direto com seus mercados, possibilitada justamente pela internet e pela blogosfera, de tal modo que vem elegendo figuras palpáveis para representá-las nesse meio.
È fácil notar exemplos, aqui no Brasil e no exterior.
O apresentador do CQC, Marcelo Tas, atrai publico para seu programa por via de um contato direto e acessível 24 por dia, 7 dias por semana com seu publico. A rede Globo, do jornalismo sério, tem na figura de Thiago Leifert um rejuvenescimento de sua marca e um ar mais leve no contato com seu publico, justamente pelo fato de que ele se faça presente, ainda que não em blogs, em redes sociais, como o Twitter. Assim como Leifert, William Bonner, Angélica, Luciano Huck e uma série de outras personalidades, estabelece contato imediato com o publico, via internet. As grandes corporações, assim, por meio de seus representantes, tomam forma humana e se aproximam de seus mercados consumidores e investidores.
É justamente isso que sugere o manifesto Cluetrain. Um manifesto de 95 teses, que proprõe o fim da voz elitista das corporações, e o nascimento de uma nova era das comunicações e relações entre mercados.
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