domingo, 26 de setembro de 2010

A REDE


Peer-to-peer

Peer-to-peer é um termo em inglês que indica a forma atual sob a qual atua a rede da internet.
Também chamado de P2P, esse modo de operação funciona pela descentralização de produção de informação, de modo que todos os usuários da rede se tornem consumidores e produtores de informação.

Torrent

Torrent é um meio de transferência de dados que opera na rede. O torrent permite que um usuário se conecte à um banco de informações (geralmente dispostos em sites ou em programas especiais), e faça uma descarga destas informações para o seu próprio computador.

P2P e Torrent

O P2P é o que, de certa forma, possibilita a existência do torrent, bem como sua operação e funcionalidade. Isso é, porque por meio do P2P usuários podem produzir informações e publicá-las na rede onde, num segundo momento, outros usuários poderão, então, por meio do Torrent fazer download dessas informações.

Licença Creative Commons

Creative Commons é uma organização que fornece licenças sobre criações e produções divulgadas na rede. Deste modo, os usuários dispõe de um modo de registrar e reclamar autoria sobre suas obras. Mais que isso, porém, as licenças da CC outorgam ao produto uma qualidade de maior maleabilidade em relação à cópia e compartilhamento destas obras.

Licença GNU

As licenças GNU operam sob uma série de princípios, sendo de maior valia a idéia de mantér produções intelectuais e de qualquer caráter, livres dos direitos autorais que circundam e restrigem produções do contato direto e mais aberto com os usuários. Essas mesmas restrições vão na contramão do que a internet se propõe.

As licenças GNU são alvos de crítica pelo fato de não reclamar uma autoria direta e defender o domínio público do que é criado na internet.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sorria, você está sendo filmado




Com o avanço tecnológico e uma constante mudança nas mídias de comunicação, tem-se reações positivas e negativas a cada uma delas. Cada progresso envolve uma série de mudanças de costumes e hábitos às quais a sociedade aprende, por obrigação, a se adequar.

Não é de novidade para ninguém que o rock and roll, com seu estilo irreverente, faz uma pesada crítica ao governo e à sociedade em geral.

Ao longo das décadas, as bandas de rock and roll, com seus músicos cabeludos, tatuados e que usam roupas de couro, mostraram sua irreverência e seu combate aos modos sociais e políticos de diversas formas, tanto em seu modo de se vestir, maquiagens (como a clássica maquiagem espalhafatosa do Twisted Sister, em que o vocalista Dee Snider se veste como uma velha prostituta e usa no rosto uma maquiagem exagerada com as cores da bandeira dos Estados Unidos), quanto nas letras de suas músicas.

Por seus modos de vestimenta e costumes, foram repudiados pelos mais conservadores da sociedade, sem sequer prestar atenção no que eles estavam dizendo, baseando-se apenas em sua aparência.

O que é sim novidade para muitos, infelizmente, é a profunda crítica realizada por eles em suas letras de músicas.

Bandas como Black Sabbath, Twisted Sister, AC/DC, Alice Cooper, Deep Purple, Rush, Iron Maiden, Dio, Judas Priest, Kiss, Ozzy Osbourne, entre outras, são os principais nomes desse estilo musical e que ainda são mau-vistas ou até desconhecidas por muitos na sociedade.

Infelizmente, em uma sociedade onde os jovens têm acesso à música com a MTV e a “89 FM – a rádio rock” (que de rock não tem nada há muito tempo), essa situação já era esperada.

Um bom exemplo para análise dessa situação se encontra na música “Electric Eye” da banda Judas Priest, lançada no álbum Screaming for Vengeance de 1982.


Música: Electric Eye

Banda: Judas Priest

Up here in space
I'm looking down on you
My lasers trace
Everything you do

You think you've private lives
Think nothing of the kind
There is no true escape
I'm watching all the time

I'm made of metal
My circuits gleam
I am perpetual
I keep the country clean

I'm elected electric spy
I'm protected electric eye

Always in focus
You can't feel my stare
I zoom into you
But you don't know I'm there

I take a pride in probing all your secret moves
My tearless retina takes pictures that can prove

I'm made of metal
My circuits gleam
I am perpetual
I keep the country clean

I'm elected electric spy
I'm protected electric eye

Electric eye, in the sky
Feel my stare, always there
There's nothing you can do about it
Develop and expose
I feed upon your every thought
And so my power grows

I'm made of metal
My circuits gleam
I am perpetual
I keep the country clean

I'm elected electric spy
I'm protected electric eye

Protected. Detective. Electric eye.




Como pode ser visto na letra da música, fala-se em um Olho Elétrico que pode ver tudo que acontece, todas as suas ações. Não pode ser visto, mas é sempre temido. Sua retina que não chora pode ver todos os seus movimentos mais secretos.

O que acontece hoje em dia conosco? Vivemos em um mundo cercado por câmeras, estamos constantemente sendo vigiados realmente, vemos em todo lugar a mesma placa: Sorria, você está sendo filmado. Vivemos sim, cercados e vigiados pelo Olho Elétrico.

Vamos ainda além.

O jurista britânico Jeremy Bentham desenvolveu um modelo de prisão chamado Panóptico, em que todos os presos podiam ser vistos por um guarda em uma prisão circular, mas nunca conseguiam ver esse guarda, que ficava no centro da prisão e com uma visão privilegiada do todo.

Esse modelo de prisão pode ser associado com essa constante vigilância de todas as pessoas nos dias de hoje.

Máquinas nos observam o tempo todo, registram tudo que acontece em todo lugar (seja com uma câmera no estacionamento de um shopping Center, seja com a compra de um livro com a utilização de um cartão de crédito). Essas são as chamadas Máquinas de Vigiar, como diria o teórico da comunicação, Arlindo Machado. Esse seria o Electric Eye, como diria Judas Priest.

Essa relação pode ser facilmente estabelecida com o conhecimento desses conceitos.

Estamos sendo cada vez mais vigiados e monitorados, temos consciência disso. Como tudo que acontece, esse fato tem os seus prós e contras, seus defensores e seus agressores.

Electric Eye é apenas uma das várias músicas presentes na história do rock e que representam bem esse papel de percepção, consciência e revolta em relação ao que acontece dentro do sistema social. Outro exemplo clássico desse posicionamento acontece 10 anos depois com o lançamento do álbum Dehumanizer (algo que em português se poderia dizer como Desumanização) em 1992 pela banda inglesa Black Sabbath. Lançado na época em que o computador estava tomando muito espaço e importância nos meios de produção e no cotidiano da sociedade, juntamente com a televisão, o álbum traz faixas de pesadas críticas como TV Crimes e Computer God (que traz versos como: “Computerize god - it's the new religion” e “There's another side of heaven. This way - to technical paradise”). Esses são apenas alguns exemplos passiveis de destaque dentre muitos outros possíveis na história do rock.

Historicamente conhecidos por protestos contra o sistema social e governamental, essas bandas de “rebeldes cabeludos” têm, sim, muito a dizer.

A cultura do remix

Em Aula, texto de Roland Barthes, o semiólogo francês pretende novas formas de comunicação que impeçam uma formalização da linguagem.

É fácil notar, no discurso de Ronaldo Lemos, em A cultura do remix esse mesmo propósito, uma vez que o autor exemplifica o modo como operam as novas mídias. Segundo ele, esses novos meios proporcionam e fomentam produções independentes da Industria Cultural, sendo o que ele chama cultura do remix esse mesmo processo.

Essa chamada da cultura como remix seria o processo onde as pessoas tomam posse da produção intelectual hegemônica, da Industria Cultural, e reformatam seus modelos, subvertendo a produção formal em algo maleável e democrático, ou, como chamaria Barthes, descristalizado.

Para Lemos, a Industria Cultural erra ao entender os novos meios de comunicação como objetos que operam sob sua tutela, num sentido de serem ferramentas de reprodução da propriedade intelectual privada intocável. Para a I.C, todo meio de reprodução da propriedade privada, de modo não autorizado, é pirataria ou plágio, tendo de ser devidamente punida, de tal modo que insiste em competir e marginalizar as novas produções da cultura do remix.

Podemos dizer que Lemos, até certo ponto, compreende de modo equivocado a forma das coisas operarem. Num sentido, que ele oponha-se a formalização dos meios de comunicação e suas produções, justamente quando uma nova era começa a surgir, é compreensível. Por outro lado, entender que as grandes corporações tem de ser permissivas e liberar a propriedade intelectual para reprodução e remodelação, é um erro terrível, que recorre num principio de descrédito de seus autores. A descristalização da linguagem tem de se dar pela possibilidade de produções independentes se formarem pelo intelecto criativo que circunde tão somente as idéias de seu próprio autor.

Recentemente, músicas eletrônicas foram lançadas como remix de grandes sucessos do rock do passado, como por exemplo o Wrecked Machines Remix, que lançou um remix da música Poison, de Alice Cooper, lançada no álbum Trash, em 1989.

domingo, 19 de setembro de 2010

33ª Semana de Comunicação FAAP - Palestra sobre Cinema 3D

Na esteira das novas tendências da comunicação, a FAAP trouxe para a sua 33ª Semana de Comunicação o engenheiro Erick Soares de Oliveira, da Sony Brasil, para palestra sobre a tecnologia do Cinema 3D aos alunos.

Erick relembrou ao auditório um pouco da história da tecnologia que é apontada como a grande tendência para o cinema, passando pelo primeiro registro do 3D - em 1890 - até chegar no filme Alice, de Tim Burton, um dos mais recentes a chegar as telonas. Aliás, o engenheiro utilizou essa produção justamente para explicar a diferença de um filme feito especificamente para exibição em 3D para um feito em 2D para somente depois ser "passado" para 3D. Erick explicou aos alunos presentes que as diferenças são notáveis, e por se tratar do último caso, Alice acabou sendo muito criticado por quem trabalha no meio. Outro problema apresentado a uma plateia recheada de pessoas querendo ser cineastas foi a limitação que o 3D pode acabar impondo no conteúdo da obra. Segundo Erick, Tim Burton e sua equipe não souberam trabalhar corretamente com a tecnologia e isso acabou prejudicando o resultado final de Alice.

Voltando um pouco a história do cinema, o palestrante citou três grandes ondas do 3D ao decorrer das últimas decadas: houve uma em 1950, outra nos anos 80, e a mais recente, que estamos vivendo, que teve início em 2005. Erick quis deixar claro que ainda não se tem uma certeza se essa onda vai passar, como as duas primeiras, ou se veio para ficar, mas explicou que, dessa vez, a qualidade tecnológica é bem maior - existem os equipamentos em HD e câmeras digitais, por exemplo - que facilitam esse tipo de produção em diversos sentidos. Financeiramente falando, está havendo também um boom de salas com capacidade para projeção em 3D (que exige equipamento específico) no Brasil. O número triplicou no país nos últimos 18 meses e a tendência é de somente aumentar.

No mais, Erick explicou alguns cuidados necessários na hora de se pensar em um filme 3D - pois qualquer erro na hora da execução do filme pode causar um dano ao bem-estar do espectador. Através de explicações técnicas, mostrou alguns exemplos aos alunos - fato muito importante, afinal, caso alguém deseje fazer um filme 3D no futuro - tem de estar consciente desde já dessa responsabilidade.

Apesar do cinema ser o tema central da palestra, Erick Soares acabou explicando brevemente sobre o 3D em outros meios, mostrando eventos esportivos que já fizeram uso da técnica, como o Roland Garros, torneio de tênis e partidas de futebol americano. A Internet também avança juntamente e atualmente, já existe até mesmo uma versão do site Youtube em 3D.

Ao final da palestra, como é tradicional, o mediador Eliseu Lopes (professor da Faap), abriu a conversa para que os alunos pudessem tirar dúvidas com o engenheiro da Sony.

Por Paulo Pivetta

3D


Vejo um grupo. Dez pessoas. Cantam.

O reverberar – em uníssono – encanta aqueles que passam por perto.

Logo, de dez, são quinze vozes.

O chamado ao ritmo contagia pessoas e mais pessoas.

Quando vejo, todo mundo, até aonde minha vista alcança, canta.

Aqueles que não sabem a letra seguem o coro e lá pela terceira repetição da estrofe, já tem as palavras saltando de suas bocas.

Palavras miméticas.

Da primeira voz a entoar o canto, se inspira o ultimo seguidor da melodia.

Agora, à minha frente, se apresenta um bloco formal, comungam da música e se fazem indivíduos desindividualizados. Um único ser essencial.

Sei do perigo da banda. A banda que toca e atrai vozes ao canto. Sei de seu poder anestésico. Tomo cuidado e tampo os ouvidos. Uma vez que se atinge os sentidos com tal força, é quase impossível voltar a ouvir com clareza o mundo real.

Escrevo essa bobagem acima pra elucidar o que sinto em relação ao cinema 3D.

O 3D se revela como grande ferramenta de manipulação. Assim como a música ilustrada acima, o 3D é artifício apelativo aos sentidos.

Sei que o cinema é essencialmente esse mesmo apelo, mas quando puro e bem resolvido por gente com propósitos honestos, há um algo a mais, além da manipulação pela manipulação, ou pelo retorno monetário.

O cinema honesto a que me refiro, é aquele que proponha questões válidas a respeito de qualquer coisa e que fomente uma inquietação do espírito, aquele cinema que, ao ferir os sentidos, atinja também o plano racional e provoque uma reação, mostrando que veio para um propósito digno.

Não acredito na bobagem de que o sentidos, e tudo que apele à eles, seja de natureza subversiva.

A Sociedade do Espetáculo me parece uma radicalização extrema de um princípio que é, talvez, nosso único meio de conhecimento.

Meu problema reside na questão das coisas que apelam em demasia aos sentidos. Esse apelo que anestesia o raciocínio.

O cinema 3D leva o espectador a um gozo visual suis generis.

Esse peculiar atrativo – de maior impacto ainda, quando em IMAX – nocauteia o senso crítico, uma vez que inertes perante a exposição exaustiva dos sentidos à imagens imponentes.

A história, a trama, a construção narrativa, enfim, é tudo mero elemento de suporte.

O GRANDE EVENTO é o 3D! É à isso que veio o povo. Para o espetáculo.

Que o 3D exista e cumpra sua função, a de instrumento de entretenimento, não vejo problema algum.

Meu problema é quando este, “soma” do Admirável Cinema Novo, se torna hegemônico. Meu problema é quando o apelo aos sentidos ultrapassa a demanda de produção de conteúdo e fomenta uma padronização nos meios de produção audiovisual, transformando tudo em 3D.

E o grande perigo do 3D é justamente aquilo que vi em Alice no País das Maravilhas, Avatar, Resident Evil, etc.

Um descuido em construir uma narrativa pertinente, de qualidade.

Não precisamos só de filmes políticos ou de caráter filosófico ou seja lá o que for, mas quando na proposta do mero entretenimento, que se faça com qualidade.

Assim como sempre fora na literatura, em seus primórdios, romances atraiam a população justamente por suas qualidades narrativas e pela capacidade de construir metáforas e provocar o exercício crítico emergente das histórias.

Assim como na literatura seja com Dostoievski, Tolstoi, Gorki, Flaubert ou Machado de Assis, o cinema precisa de seus Truffauts, Hitchcocks, Von Triers e Kubricks, deixando viver, em seu canto, os Camerons, os Burtons e os Tarantinos.

Sem que esses últimos tomem conta da indústria.

O alto apelo estético empobrece a mente, e o senso crítico é afetado, aí o espírito padece. E os picaretas da indústria cultural lucram muito, elaborando pouco. Pois uma vez que consolidado o 3D, a tecnologia irá se aprimorar e pouco exigirá dos produtores, no mesmo instante que o consumidor pouco exigirá em termos narrativos.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

RSS e FEED

Nos mais atuais sites de notícia e informação, da web, FEEDS e RSS servem como canais para facilitar o acesso a informação, como é possível notar pela descrição feita no site http://www.interney.net/blogfaq.php?p=9741544.

"RSS significa Rich Site Sumary ou Really Simple Syndication, é um formato que permite distribuir o conteúdo do seu site de uma forma padronizada que permite que ele seja lido em diversos leitores de notícias. Os endereços que distribuem notícias no formato RSS também são conhecidos como feeds. Existem feeds de notícias em outros formatos como RDF e Atom."

Essas ferramentas são um grande avanço no sentido de facilitarem o acesso às novidades e informações pretendidas pelos navegantes do site. Assim, também, o Google Reader se mostra um espaço muito útil e funcional ao serviço, uma vez que proporciona a visualização de todo o conjunto de informações e sites fornecidos pela "matriz" de onde vem o usuário, de forma organizada e em uma só página.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Internet, as novas formas de atendimento ao cliente e a divulgação por meio de blogs

Com a popularização da Internet e suas ferramentas, os usuários da rede passaram a se comunicar com uma facilidade crescente que aparenta não ter limites. Porém, se você ainda está se acostumando com redes sociais e os aplicativos da Web 2.0, prepare-se porque as novidades não param por aí: profissionais e empresas estão utilizando esse mundo como forma de divulgação de seus serviços em uma escala crescente.

Se antes do surgimento da Internet, o único modo de divulgar uma produção cinematográfica era por meio dos veículos comunicacionais tradicionais (rádio, TV, imprensa escrita), atualmente a existência de um site do filme é imprescindível, muitas vezes acompanhado de um blog do diretor ou de alguém muito ligado à produção. Isso não apenas é muito barato, quando não gratuito, como atinge o público-alvo de uma maneira muito eficaz. Seguindo o exemplo do cinema, um filme pode chamar atenção graças a trailers- eles são divulgados em comunidades de discussão, por exemplo – e podem ser facilmente assistidos em sites já famosos, como o Youtube. A divulgação é fácil: se você gostou do vídeo, envia para outros amigos e estes fazem o mesmo, gerando uma corrente. O efeito é viral. É propaganda gratuita, em que a pessoa não se sente “invadida” – como em uma ligação de telemarketing – pelo contrário: ela está abrindo o trailer por interesse, ou ao menos pela indicação de alguém conhecido.

Mas vamos ampliar nossos horizontes para além do mundo cinematográfico, afinal o uso de blogs por profissionais se espalhou para todos os tipos de atividades. Sabendo-se utilizar desse recurso de falar para milhares de pessoas ao mesmo tempo, muitos “blogueiros” fazem uso dessa ferramenta para se promover profissionalmente. O autor Hugh Hewitt, em seu livro “Blog: Compreendendo a Revolução Mundial no Uso da Informação” dá um exemplo bem claro disso, quando cita outro livro que escreveu. Além de utilizar de seu programa de rádio para se promover, Hewitt gerou uma verdadeira falação no mundo da blogsfera em torno de seu livro, que segundo ele, foi um dos principais motivos para mante-lo na lista de mais vendidos do New York Times.

Mas a linguagem informal e direta não se restringe a pessoas físicas. Empresas – grandes e pequenas – perceberam na Internet um nicho importante e voltaram suas atenções para a rede. É fato que uma empresa que sabe usar uma ferramenta como o Twitter para se relacionar com clientes tem um diferencial enorme. Ninguém quer ser tratado como número. O ser humano gosta de ser atendido por outra pessoa, e não por uma máquina. Prefere que seu problema seja resolvido num chat no site da empresa ao invés de ligar para uma central de atendimento e ficar falando por meia hora com vozes gravadas e repetitivas até surgir alguém que efetivamente resolva seu problema. Além disso, o feedback também é mais próximo, mais humano. Basta clicar no seu próprio nome no Twitter e ver o que estão falando de você. Estou utilizando o Twitter como exemplo para ficar mais fácil; mas as empresas também podem ter blogs, perfis no Facebook e fóruns de discussões, por exemplo.

Quem souber se aproveitar disso – tanto um aspirante a estagiário que mantém seus trabalhos acadêmicos em um portfólio online a uma mega rede de supermercados – estará sempre um passo a frente. Quem se adaptar a essa realidade sempre estará destacado no competitivo mercado de trabalho.



Por Paulo Pivetta

domingo, 5 de setembro de 2010

Um avanço visual e... só.

À primeira vista, o filme “Nosso Lar” não parece ser uma produção nacional. O trailer do filme sobre espiritismo, repleto de cenas com efeitos especiais e computação gráfica, parece mais uma grande produção norte-americana, a não ser pelos diálogos em português, como pode ser visto clicando aqui. As cenas que contam com esses grandes efeitos especiais foram tratadas no Canadá.

“Nosso Lar” é baseado em uma obra de Chico Xavier e conta a história de um médico chamado André Luiz (Renato Prieto), desde o momento de sua morte, até sua transição em etapas para o mundo espiritual e sua compreensão de toda essa passagem. André Luiz é quem narra o filme e o livro original, psicografado por Chico Xavier e que se tornou um best-seller da literatura espírita, vendendo mais de dois milhões de cópias.

O longa-metragem dirigido por Wagner de Assis estreou nessa última sexta-feira (03/09) nos cinemas e foi orçado em aproximadamente 20 milhões de reais. Com esse orçamento, o filme passa a ser uma das produções mais caras na história do cinema nacional.

O filme desperta muito o interesse do público, primeiramente por suas belas imagens já divulgadas no trailer do filme, mas também por ser o segundo filme brasileiro em pouco tempo que trata da temática espírita. Seu antecessor é o filme intitulado apenas como “Chico Xavier”.

Ao ser projetado para o espectador, porém, não traz a mesma riqueza que a de “Chico Xavier”.

No filme anterior, podemos ver diálogos bem desenvolvidos e uma trama muito bem colocada, tendo como “fio-condutor” uma entrevista dada por Chico Xavier para a televisão.

Nessa nova experiência, no entanto, o espectador se depara com demasiados efeitos especiais (que em certo ponto lembram cenas de jogos de vídeo-game) e que parecem gratuitos. Eles parecem estar lá, em determinados momentos da trama, simplesmente para encantar o espectador, não tendo uma função narrativa definida. Mas se os efeitos especiais tão esperados na produção brasileira decepcionam em alguns momentos, não significam nada quando comparados aos diálogos dos personagens. Diálogos rasos e extremamente artificiais tomam conta da trama de seu momento inicial até a cena final, o que chega a irritar o espectador. Alguns atores se esforçam para fazerem suas falas se tornarem mais verossímeis, mas a tentativa é vã.

O curioso (e decepcionante) é que a única personagem que consegue parecer uma pessoa real é Dona Amélia, interpretada por Aracy Cardoso. Ela participa de apenas duas cenas curtas durante os 102 minutos de projeção.

Se “Chico Xavier” chamou a atenção do público em geral, não apenas os seguidores do espiritismo, de uma forma positiva, “Nosso Lar” deixa muito a desejar como filme, e as comparações entre os filmes são inevitáveis.

Apesar de algumas cenas realmente chamarem a atenção do público por serem muito bem trabalhadas (como as chocantes cenas do Umbral, por exemplo), a trama peca por trazer uma história tão interessante com alguns efeitos especiais exagerados e fracas atuações. Enquanto parece significar simplesmente um avanço visual nas produções cinematográficas nacionais, traz também um retrocesso no aspecto narrativo.

O filme vale como uma experiência interessante para os seguidores da doutrina espírita e que não puderam ainda ter acesso ao livro original, mas para o público geral, deixa muito a desejar.

Para maiores informações, acesse o site do filme clicando aqui.

A voz concreta



Reconhecidamente, a Internet é, cada vez mais, um espaço de administração das relações cotidianas, sejam estas humanas ou corporativas. Não só o espaço da web engendra uma plataforma que possibilita a distribuição de informação de forma plena e democrática, como erradica aquela hegemonia discursiva das grandes corporações.

Os blogs, nesse contexto, se apresentam como ferramentas capazes de circundar características individuais e identificar a voz de um sujeito específico, dentro de uma cadeia de vozes que pretendem um diálogo de igual para igual.

Um maior ou menor grau de exposição, reconhecimento, ou retorno que um blog recebe, está sujeito, tão somente à sua competência em fazer-se divulgado pelo próprio meio em que se insere. Ou seja, de uma tal forma, os blogs dependem de uma intercomunicação para serem reconhecidos, sendo seu meio de divulgação, o próprio meio no qual se suportam. Mais que isso, os blogs vem adequando informações e propagandas sobre outras plataformas, textos e produtos, de tal modo que propagam a imagem de objetos externos ao meio da web, seja lá qual forem suas naturezas, num contato equivalente e imediato com interessados.

Diferentemente de sites, os blogs são mais democráticos, como é possível notar pela leitura do texto “Blogando você, seu produto...”, do livro “Blog”, de Hugh Hewitt. No texto, há clara referencia ao fato de que sites são instituídos a partir de uma interface que sugere um turbilhão de informação a ser acessado, mas sem que qualquer contato direto, com um sujeito concreto e palpável pela retórica pessoal, seja possível.

Sites, dessa maneira, podem ser comparados com a figura de corporações atrasadas, que se mantém no limiar de uma, já quase extinta, forma de comunicação, ao recorrer à uma voz invisível e abstrata. As grandes empresas, que vem percebendo isso, começam a seguir a nova tendência de contato direto com seus mercados, possibilitada justamente pela internet e pela blogosfera, de tal modo que vem elegendo figuras palpáveis para representá-las nesse meio.

È fácil notar exemplos, aqui no Brasil e no exterior.

O apresentador do CQC, Marcelo Tas, atrai publico para seu programa por via de um contato direto e acessível 24 por dia, 7 dias por semana com seu publico. A rede Globo, do jornalismo sério, tem na figura de Thiago Leifert um rejuvenescimento de sua marca e um ar mais leve no contato com seu publico, justamente pelo fato de que ele se faça presente, ainda que não em blogs, em redes sociais, como o Twitter. Assim como Leifert, William Bonner, Angélica, Luciano Huck e uma série de outras personalidades, estabelece contato imediato com o publico, via internet. As grandes corporações, assim, por meio de seus representantes, tomam forma humana e se aproximam de seus mercados consumidores e investidores.

É justamente isso que sugere o manifesto Cluetrain. Um manifesto de 95 teses, que proprõe o fim da voz elitista das corporações, e o nascimento de uma nova era das comunicações e relações entre mercados.