terça-feira, 30 de novembro de 2010

Avaliação geral do Folha de Macieira

O blog Folha de Macieira foi criado no começo do semestre para a matéria de Comunicação e Hipermídia, com a intenção de publicar as novidades entre as novas mídias no campo da comunicação em geral.

Desde o começo do blog, as postagens se tornaram amplas, variando desde críticas sobre cinema até o entendimento de novas mídias.

As visitações no blog atingiram um número aceitável, o que já era esperado para um blog iniciante, mas esses visitantes não produziram comentários acerca de nossos posts.

Em geral, apesar da falta de comentários, acreditamos que, pela reação de nossos colegas de sala, o resultado final do blog foi razoável.

A aprendizagem não se deu apenas com a nossa produção indivídual de nosso blog, mas com a observação dos outros blogs de nossos colegas.

A descoberta desse meio muito importante da comunicação na internet hoje foi muito útil, inclusive para o mercado de trabalho.

O blog vai continuar ativo, no mesmo ritmo que vem sendo levado e esperamos um maior número de visitas e comentários em breve.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tetro


Bennie, um rapaz prestes a completar 18 anos, vai visitar seu irmão, há muito sumido, na Argentina.

Lá, Bennie encontra uma pessoa completamente diferente daquela que lhe deixou um comovido bilhete de despedida fundado na promessa de um dia retornar para buscar o irmão mais novo.

Tetro, irmão de Bennie, teria se mudado dos EUA pra Argentina na esperança de se tornar um escritor, tarefa que acaba deixando de lado. Agora, vivendo com sua namorada Miranda, Tetro vive uma vida sem ambições e seu jeito introspectivo revela que esconde segredos.

Filhos de mães diferentes, sabemos, logo de cara, que ambos fogem de algo – o pai –.

Todo o filme se desenvolve em ritmo com a relação entre os irmãos, uma relação que Tetro, evidentemente, evita.

Fica bem claro, logo de inicio, que é esta mesma relação que vai trazer à tona os segredos sobre a vida de ambos e é por meio de um romance inacabado de seu irmão que Bennie vai remontar sua própria história, esperando que o irmão lhe dê o toque final, que falta na obra, capaz de fechar o mistério sobre sua própria vida.

Em linhas gerais, Tetro – o filme – é isso, um romance de proporções trágicas que monta o retrato familiar como um espaço de mentiras, mágoas e ressentimentos.

O pai de ambos, um maestro de renome, frustra deliberadamente os sonhos dos filhos ao ofuscar-lhes com seu brilho musical.
Isso é o que vamos descobrindo ao longo da película, que alterna presente e passado.

O choque estético, ainda, entre presente e passado, causa um baque entre um passado real, concreto e palpável, onde as verdades daquele mundo maquiavélico, forjado pelo pai, machucam os filhos, e um presente quase lúdico, onde mentiras preservam a distancia abismal entre os irmãos.

Aos poucos descobrimos que Tetro causou um acidente de carro que levou sua mãe à morte.


Num filme de vasto repertório de significados e simbolismos, talvez esta cena da morte da mãe seja a de maior importância na chave simbólica.

Logo após bater o carro, uma luz do carro da frente ilumina o rosto de Tetro, enquanto ele a encara fixamente.

Quando chega no local do acidente, o pai de Tetro o encara magnânimo, como que pondo o filho sob um holofote e lhe dizendo que estava decepcionado pela tragédia que trouxe à família, mas que sendo, ele próprio, superior, poderia perdoar o filho.

É recorrente esse simbolismo da luz, de modo que Tetro se torna iluminista num teatro em Buenos Aires, na expectativa de tirar de cima dele os olhares possíveis, como os que o pai lhe dirigira a vida toda.

Ainda assim, esse é apenas um de um vasto repertório de significados engendrados de uma estética impecável. Estética que suporta um momento presente, na narrativa, onde tudo é incerto, ainda mais pelo olhar de Bennie, que tateia seu caminho em direção a verdade sobre sua vida.

Numa cena emblemática, também, antevendo que os segredos sobre seu passado e de seu irmão viriam a tona, Tetro fala à sua namorada – Bennie is... –.

Interrompendo a fala, ele toma assento no banco de passageiro de um carro, mesmo lugar onde sua mãe morrera enquanto ele dirigia, referindo-se ao fato de que seu irmão, como ele conhecia até então, seria morto pelo que Tetro viria a contar-lhe.

Nasceria, então, um novo Bennie, livre das mentiras em que o pai o envolvera, e ao irmão.

Fora de um mundo forjado pelas mentiras do pai, ambos sairiam do holofote que impedia-lhes de seguir uma vida própria. E é no funeral do pai, já ciente das verdades sobre sua vida, que Bennie lança fogo sobre o retrato do maestro soberano.

Num momento tipicamente trágico, então, o fogo – símbolo maximo da técnica – consome a imagem daquele que tão bem soube dominar instrumentos.

A imagem do patriarca é, finalmente, deformada, quando expostas suas mentiras.

Quanto à contextualização do filme, Coppola ambienta seus personagens na passional Buenos Aires, à se esperar que ajam em correspondência.

Nesse ambiente não há um elemento ou personagem que não suporte o trajeto de Bennie – saindo de seu mundo de mentiras e abrindo espaço pelo mundo fechado das verdades que só o irmão conhece –.

Assim, ainda, Tetro tira de si o fardo da verdade.

Nesse ponto, é interessante o trabalho de espelhos que Coppola cria, onde, para poder traduzir o romance autobiográfico do irmão, escrito em código (ao inverso), Bennie precisa de um espelho, no sentido de que ao traduzir as palavras, o espelho revela a face do próprio Bennie.


Tetro é, enfim, um filme pensado com o brilhantismo de seu diretor e trabalhado por mãos impecáveis, capazes de fazer compreensíveis toda uma gama de significados que suportam aquilo que poderia ser só mais um drama familiar besta, mas que, por assim ser bem feito, se torna um texto trágico e belo.

Ainda, talvez, o final do filme, num instante mais imediato, pareça um tanto arrastado, mas após digerido fica fácil ver que cada “falso” clímax atenta o espectador para um desfecho perfeito.

Jackass

"A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência; a inteligência tem seus limites, a estupidez não".
Claude Chabrol


Maravilhoso. Isso descreve Jackass.

Fui, semana passada, à única sessão de Jackass 3D que passava no Unibanco, às 7 da noite.

Devo dizer, foi uma das poucas vezes que o 3D foi bem usado, num sentido que, não fosse as cenas de entrada e final, ele não tem qualquer peso sobre o filme.

É controverso prestigiar e comentar Jackass. Fazer um texto a respeito do filme é basicamente inútil, uma vez que todo mundo sabe como funciona e do que se trata.

Por isso, ao meu ver, basta que eu diga “é do car...”.

Ainda assim vejo necessidade em exaltar a beleza que há no filme.

Jackass é quase uma filosofia. Filosofia do non-sense, num universo caótico.

Inspirado em Looney Tunes, Knoxville é a encarnação máxima de uma forma besta e fantástica de encarar a vida.

Em Jackass vemos a vida como vemos em Monty Python, apenas um pouco mais extremada.

Embaladas em trilha suave, as cenas depravadas se fazem num maniqueísmo de justaposição entre o embalo musical alegre e a imagem grotesca, assim há equilíbrio e simpatia.

Como sempre fora, Jackass é o grotesco em sua forma mais simpática.

E, assim como canta Dee Snider ao fim do filme, nos alegramos ao saber que “the kids are back”.

Está de volta um belo grupo de palhaços dispostos a iluminar a mediocridade da vida cotidiana, nos arrancando da cara um sorriso debilóide e pervertido.

domingo, 28 de novembro de 2010

O espectro aberto

Nos tempos atuais em que tudo é negócio e mercadoria, a comunicação se tornou um mercado altamente lucrativo e desputado entre algumas das maiores empresas do mundo.

A rede de internet, a TV analógica e, a mais recente, TV digital são os maiores alvos desse mercado comunicacional.

Esses meios de comunicação, entre outros, fazem parte do chamado espectro, que nada mais é do que a capacidade de transporte eletromagnético de sinais.

Hoje em dia, esse espectro se encontra fechado e limitado, em poder das maiores empresas de comunicação do mundo, porém já existe a teoria do Espectro Aberto, que visa, como o próprio nome diz, a abertura desse espectro. Nesses moldes propostos, a informação seria distribuída para todos, mas as empresas de comunicação ainda poderiam manter algumas das suas particularidades.

Com o espectro aberto, quem ganha é o receptor, pois a informação poderia ser difundida de maneiras diferentes (algumas mais acessíveis talvez do que as mais tradicionais) e acabaria obrigando essas mídias tradicionais a se renovarem e melhorarem cada vez mais a sua qualidade, para não perder público.

Por esses motivos, a abertura do espectro seria positiva, causaria mudanças no mundo da informação, mas com o monopólio já estabelecido pelas grandes empresas e meios de comunicação, a descentralização do poder das mídias tradicionais é algo praticamente impossível de acontecer.

domingo, 21 de novembro de 2010

39 Degraus


Fui assistir, esse fim de semana, a peça 39 Degraus.

Sucesso nos palcos da Broadway e de West End, a adaptação brasileira do texto de John Buchan é um fiasco.

Não sei dizer se o fracasso da peça se deve ao original ou à adaptação, de um jeito ou de outro, a peça se apóia em piadas escrachadas e atuações histriônicas, como que em uma apresentação infantil.

O ator principal, Dan Stulbach surpreende ao encenar uma peça de tão baixo nível, mas surpreende mais ainda ao rebaixar sua atuação ao próprio nível da peça.

Com piadas que fazem referencia forçada a peça, como falas que remetem ao fato de que os atores coadjuvantes interpretam diversos personagens, o texto adaptado não se preocupa em um maior apuro qualitativo, legando todo seu pretenso sucesso à essas mesmas piadas fraquíssimas e, pior ainda, à uma fantástica montagem técnica e visual que tem todo seu mérito desperdiçado por uma trama que não se preocupa em dar respostas finais.

Como já disse, não sei se o problema da trama é com o texto original ou com o adaptado. Se tivesse que apostar, apostaria na segunda opção, uma vez que o texto já foi levado às telas por Hitchcock.

Ainda, quanto às montagens visuais, há um jogo de sombras belíssimo e por demais interessante, talvez, ainda, o único momento da peça em que eu tenha de fato me envolvido. Esse mesmo jogo de sombra, que faz clara referencia aos filmes do mestre, consegue criar um clima muito bacana e envolvente, talvez por ser o único momento em que se desvencilhe da necessidade dos atores esboçarem suas terríveis performances.

Acima de qualquer outra coisa, no entanto, o que mais revolta é o fato de que não há uma menor preocupação da peça em resolver os mistérios que levanta. Ao final é como se o espectador tivesse assistido à um circo sem qualquer sentido narrativo e dramático.

Circo esse de uma hora e quarenta minutos, acompanhados atentamente por olhos vidrados no relógio.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Rede Social


Twitter, Orkut, Myspace e Facebook.


O franco desenvolvimento da internet nesses ultimos 5 anos, em seu crescimento de usuários, tem tido efeito na criação de redes onde esses usuários possam se comunicar.


As chamadas redes sociais são o grande fenômeno, atualmente. Como podia se esperar, uma grande produção cinematográfica fora elaborada em cima de uma dessas redes: o Facebook.


A Rede Social, filme do cineasta David Fincher, estréia essa sexta-feira nas salas de cinema do país.


Num trabalho de relação de paralelismo entre o universo universitário, o meio da web e o universo corporativo, Fincher ilustra o surgimento daquilo que é, hoje, a maior rede social em voga na internet.


Nesse sentido, uma história real, sobre um fenômeno atual, se torna a jornada heróica de um personagem real, dramatizada à níveis trágicos.


O filme engloba o recluso mundo de Mark Zuckerberg, um estudante de Harvard tímido e infeliz, ainda assim, um gênio, prodígio no desenvolvimento de tecnologias de web.


É com a criação do Facebook que Zuckerberg desponta desse seu mundo recluso para um universo social de 500 milhões de pessoas, administrado por ele.


Importante, aqui, é entender o peso da internet na mundo contemporâneo, bastando, para isso, reconhecer que Zuckerberg, com o Facebook, se tornou o mais jovem bilionário do mundo.


O cinema, nesse momento, se vê impossibilitado de ignorar tamanho fenômeno e realiza uma obra sobre uma história que ainda se escreve.


Um filme tão imediato quanto um clique de internet.